Osteocondrite dissecante é uma condição na qual ocorrem alterações na vascularização do osso subcondral no joelho resultando, muitas vezes, em soltura localizada da cartilagem articular.
A incidência gira em torno de 9,5 por 100000, sendo até quatro vezes mais comum em meninos na faixa etária de 6 a 19 anos. Existem relatos de bilateralidade variando entre 7% a 30%,com acometimento mais frequente na região póstero-lateral do côndilo femoral medial (até 64%).
Apesar da literatura médica citar possíveis microtraumas de repetição como gênese da patologia, ainda não existe um consenso quanto a causa do início dos sintomas.Muitas vezes o paciente apresenta-se pouco sintomático ou relata apenas dores esporádicas. Entretanto, em situações onde existe soltura da cartilagem poderão ocorrer sintomas mais proeminentes como: dor recorrente, inchaço e sensação de travamento do joelho.
O diagnóstico pode ser confirmado através de exames de imagens. A radiografia demonstra a presença de lesões em estágios mais avançados, porém, em algumas situações poderá falhar na identificação das mesmas. Já a ressonância magnética apresenta sensibilidade de até 97% para diagnóstico auxiliando diretamente na definição do tratamento e prognóstico.
O tratamento tem como principal objetivo a cicatrização da lesão subcondral com manutenção da cartilagem em condições favoráveis, diminuindo o risco de osteoartrose precoce. Lesões estáveis em pacientes jovens (com placa de crescimento presente) apresentam bom prognóstico com tratamento conservador, que inclui retirada temporária de carga e imobilização articular. Já lesões instáveis ou que não tiveram resolução com métodos conservadores devem ser abordadas cirurgicamente. Nestes casos, os melhores resultados são observados quando é possível realizar a fixação dos fragmentos (parafusos, dardos) associada à estimulação do osso subcondral (perfurações). Em situações onde houve danos irreparáveis à cartilagem, podemos lançar mão de métodos para tratamento de lesões condrais: microperfurações, transplante osteocondral autólogo, transplante osteocondral homólogo ou transplante de condrócitos.