Cirurgia do Joelho

Osteonecrose do côndilo femoral

A osteonecrose ao nível do joelho é uma condição que cursa com necrose de um segmento ósseo decorrente do comprometimento temporário do suprimento sanguíneo local. Pode ser espontânea, sem causa definida, ou secundária a diversos fatores como uso de corticosteroides, etilismo e anemia falciforme.

No subtipo espontâneo a lesão geralmente acomete o côndilo femoral medial sendo até cinco vezes mais comum em mulheres entre 50 e 60 anos de idade. O quadro clínico típico consiste em início abrupto de dor intensa no compartimento medial do joelho, piorando com descarga de peso e durante a noite. A fase aguda perdura por cerca de 6 a 10 semanas. Após esse período ocorre resolução da necrose óssea, porém podem persistir os sintomas decorrentes de lesões cartilaginosas remanescentes.

Osteonecrose localizada em côndilo femoral medial.

Na osteonecrose secundária o protótipo do paciente acometido difere principalmente pela idade mais precoce, geralmente antes dos 45 anos. Muitas vezes é possível associar o início dos sintomas ao uso de corticosteroides, abuso do álcool, anemia falciforme, coagulopatias, lúpus eritematoso sistêmico além de outras causas. Pode afetar múltiplas áreas do côndilo femoral e outras articulações simultaneamente, inclusive o joelho contra-lateral em até 80% dos casos. Costuma comprometer áreas maiores no interior da articulação e, geralmente, o início dos sintomas é progressivo.

O diagnóstico da osteonecrose pode ser confirmado através da ressonância magnética. Entretanto, alterações típicas podem aparecer nas radiografias após algumas semanas de evolução.

O objetivo inicial do tratamento é proteger a cartilagem articular adjacente a área de necrose óssea até que mesma evolua com consolidação completa. Por isso, é mandatória a retirada da carga do membro afetado por pelo menos 6 semanas. A terapia medicamentosa consiste basicamente em analgésicos para alivio da dor até o término da fase aguda. Porém, alguns estudos demonstram resolução mais acelerada com o uso dos bifosfonados, pois estes estimulam a renovação do tecido ósseo.

Mesmo com a instituição precoce do tratamento adequado, muitas vezes a fase aguda termina e permanecem as lesões condrais. Estas podem ser extremamente dolorosas requerendo tratamento cirúrgicos complementares. Nas lesões localizadas, típicas da osteonecrose espontânea, bons resultados podem ser obtidos com osteotomias ou artroplastia, tanto parcial como total. Já na osteonecrose secundária as lesões costumam ser mais extensas, desta forma o tratamento cirúrgico fica quase sempre restrito a artroplastia total.

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