O ligamento colateral medial faz parte do complexo ligamentar da face medial do joelho. Estende-se da região do epicôndilo medial no fêmur até a tíbia proximal, distando cerca de 6cm da superfície articular. Divide-se em duas porções, superficial e profunda, e tem como funções principais resistir as forças em valgo aplicadas ao joelho e a rotação interna da tíbia.
A maioria das lesões desta estrutura decorrem de traumatismos que geram estresse em valgo do joelho e, consequentemente, expõem o ligamento colateral medial a tensão excessiva. Podem ocorrer tanto na inserção femoral quanto na tibial, sendo a primeira a mais comum.
O paciente poderá relatar dor na face medial do joelho e sensação de falseio ao deambular. No exame físico é possível encontrar pontos dolorosos nas inserções do ligamento. Através da manobra de estresse em valgo pode-se graduar a lesão em I, II e III. As lesões grau I são aquelas em que ocorre abertura de até 5mm da articulação durante o teste citado,grau II quando a abertura é de 5 a 10mm e III quanto excede 10mm. Também é fundamental descartar possíveis lesões ligamentares ou meniscais associadas.
Os exames de imagem são de grande valia para confirmação diagnóstica. Podemos utilizar a ultrassonografia ou a ressonância magnética, sendo que o último também possibilita a investigação de outras lesões associadas. Devido a sua rica vascularização o ligamento colateral medial apresenta grande potencial de cicatrização. Lesões isoladas graus I e II podem ser tratadas de maneira conservadora com imobilização por cerca de 6 semanas. Já as lesões grau III e avulsões da inserção distal respondem melhor ao tratamento cirúrgico. Em caso de lesões associadas, como do ligamento cruzado anterior ou posterior, a decisão quanto a melhor opção de tratamento ainda é controversa.
