Cirurgia do Joelho

Luxação do joelho

A luxação da articulação do joelho é uma lesão extremamente grave que pode resultar em danos catastróficos. De ocorrência rara, cerca de 1 caso para cada 100000 pessoas, muitas vezes tem seu diagnóstico negligenciado num primeiro atendimento. Geralmente decorre de traumatismos de alta energia, como acidentes automobilísticos ou quedas de altura, porém também pode ocorrer durante prática esportiva. É definida como separação completa da tíbia em relação fêmur com lesão de pelo menos dois ligamentos do joelho (ligamento cruzado anterior, ligamento cruzado posterior, ligamento colateral medial ou complexo ligamentar póstero-lateral).

Luxação de joelho com lesão de todos os ligamentos.

Além das rupturas ligamentares é alta a incidência de danos vasculares e neurológicos associados. A artéria poplítea é a principal responsável pela vascularização do membro inferior abaixo do joelho,passando pelo canal do adutor na região do fêmur distal e adentrando na perna através do arco fibroso do músculo sóleo. Estas peculiaridades anatômicas tornam-na propensa a ocorrência de danos devido a pouca mobilidade tanto na região proximal quanto na distal. A literatura médica estima em até 18% a incidência de lesões vasculares nas luxações do joelho. Nestas situações a prioridade é a revascularização cirúrgica do membro inferior em até 8 horas, sob risco de evolução com isquemia e, posteriormente, amputação.

Lesões do nervo fibular podem ocorrer em até 25% dos casos, segundo estudos recentes. Este tipo dano pode comprometer significativamente o resultado funcional mesmo após o tratamento adequado.

Algumas vezes o diagnóstico pode passar desapercebido pois poderá ocorrer redução espontânea da luxação após o traumatismo. Desta forma, é fundamental a suspeição clínica no momento da avaliação inicial. A prioridade é realizar a redução da articulação, caso ainda esteja luxada, e descartar possíveis lesões arteriais. Após a articulação deverá ser imobilizada com talas apropriadas ou cirurgicamente com fixador externo. Depois de estabilizado clinicamente, o paciente poderá ser submetido à investigação complementar com exames de imagens (radiografias, tomografias e ressonância magnética).

Nas primeiras semanas avalia-se a possibilidade da realização do tratamento definitivo das lesões ligamentares. Na maioria das vezes, opta-se por uma abordagem estagiada em uma, duas ou até três etapas diferentes para reconstrução dos múltiplos ligamentos lesionados.

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